A burguesia,
descontente e empobrecida, via os espanhóis governarem Portugal, à data,
considerado Província Espanhola. A nobreza estava decadente e emigrou para a
Provincia onde os nobres viviam em solares. Acalentavam desta forma a sua
auto-estima por pertencerem a uma classe social alta, mas sem dinheiro. Havia
que trazer o clero e o Povo para o lado deles e convencer o D. João Duque de
Bragança a candidatar-se a cargo que era seu por herança. Aproveitando a
distracção do Reino de Espanha, devido à Revolta da Catalunha, 40 nobres – Os
Conjurados – não só prenderam a Duquesa de Mântua como a convenceram a dar
ordens de rendição às tropas. E de seguida, executaram no Rossio/Restauradores,
o representante dos Filipes, Miguel de Vasconcelos, um Português a soldo de Espanha.
É nitidamente a nossa
verdadeira independência e o feriado mais antigo do nosso calendário. Resistiu
à I República e ao 25 de Abril. Não resistiu à Troika, assessorada pelos novos
Vasconcelos Passos e Gaspares.
Sei que se trata de
Feriado Nacional que apenas motivou muitos monárquicos a concentrarem-se nos
Restauradores, em cada 1º de Dezembro. A seguir ao 25 de Abril, a esquerda mais
radical achava esta manifestação uma demonstração do saudosismo. Mas não é. É uma
tradição que nos deve orgulhar a todos, os Portugueses. Foi a recuperação da
nossa Soberania. E passando aos dias de hoje, verificamos um paralelo, com
estrangulamento económico e financeiro ao nosso País. Dizem que gastámos
demasiado e que temos que pagar o que esbanjámos durante anos de regabofes
governamentais. Essa classe dirigente mantém-se no poder e quem paga a
austeridade é quem não a criou. A Soberania perdeu-se em 1580 e recuperou-se em
1640.
Desta vez, andamos perdidos há quase 3 décadas, após uma
Revolução de Cravos, que floriram mas que de repente murcharam e perderam o seu
perfume. Parece que a História se repete, noutros parâmetros, mas pelas
perspectivas dos actuais Passos e Gaspares, a coisa vai demorar pelo menos mais
uma geração. Estaremos daqui a 30 anos a falar de novo num 1º de Dezembro, para
celebrar a nova Restauração. Eu desejo que seja antes!
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