O silêncio pode valer mais que ouro. A uns pode ser imposto por ditaduras. Tivemos um silêncio de 48 anos que afectou parte da minha família e por Ela não saber estar calada, sofreu as consequências de emigração forçada e com destino marcado: as Áfricas, onde o branco também explorava outros brancos - aqueles que não conseguiam estar calados.
O meu silêncio foi-me imposto às 21h25 de ontem, após receber uma anestesia de forma tão discreta que acabei por adormecer a meio de uma conversa interessante com uma anestesista. Na distracção levou-me ao sono e devo dizer que ainda a estas horas e já na Califórnia não sinto o que me fizeram. Sei o que previram e os resultados vão aparecer em 10 dias, seguramente.
Hoje quero dissertar um pouco sobre estas coisas do silêncio ou do "não poder falar", "nem assobiar para o lado". Há terapias assim. Esta, felizmente que tem as suas razões plausíveis e vão resultar em pleno. Porque eu acredito na Medicina. E sobretudo, naquela que é Portuguesa. Passei eu e a Família por várias situações de falta de saúde, nada agradáveis, mas temos sabido resistir e vencido. Porque nós acreditamos. E ao acreditarmos, também acreditamos no que os médicos nos pedem para fazer. É o silêncio consentido e bom.
O outro silêncio que deveria ser feito, é aquele em que vemos situações de gente a falar demasiado e a não se conter. Acabam por sair prejudicadas todas as pessoas que falam mais que a conta e depois perdem o conto. Eu diria que há momentos em que o silêncio é mais a arma do negócio que o próprio segredo. No silêncio podemos pensar mais e melhor e sobretudo para dentro. A ganhar ou a perder, deve imperar o estar calado e pensar para dentro. Ontem, nas várias salas por onde passei, como ante-câmaras ao bloco, pensei muito e foi o silêncio que me ajudou a imaginar o que ia acontecer de seguida, que não senti, não vi, mas que sei que me vai fazer bem. Foi um silêncio de ouro.
QUANDO DESPERTEI ÀS 05H45, FUI AO FB DAR CONHECIMENTO QUE TINHA VOLTADO A ESTE LADO. IMPUSERAM-ME SILÊNCIO PARA MEU BENEFÍCIO. E FOI NO SILÊNCIO QUE ACORDEI E SABENDO QUE ESTAVAM NO SILÊNCIO DA NOITE, DIRIGI PALAVRAS QUE EXPRESSAVAM O MEU CONTENTAMENTO E SOBRETUDO O MEU APREÇO POR TODAS AS PESSOAS QUE ME SAUDARAM E ME APOIARAM ANTES. OUTROS HÁ QUE MESMO SABENDO SE REMETERAM AO SILÊNCIO DO SEU UMBIGO. FELIZMENTE QUE A MAIORIA DOS MEUS AMIGOS PENSAM SEM OLHAR PARA OS UMBIGOS!
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