E AGORA, EUROPA?

Eram 17hrs do dia 25 de Janeiro de 2015, em Lisboa, quando chegaram as primeiras projecções sobre o resultado das eleições Gregas. Um vendaval poderá varrer a Europa do Euro e sobretudo despertar todos os que durante anos nos andaram a convencer que a perda da soberania seria o destino dos paises periféricos e normalmente aqueles que estão a Sul deste Continente. Fizeram da Grécia, da Irlanda e de Portugal o laboratório para milhares de cobaias. Nós Portugueses também passámos o calvário, tacitamente definido pelos nossos governantes como impreterível para a nossa sobrevivência. Mentiram-nos e para atenuar toda esta rajada revolucionária e com receio do abrir de consciências com o que resultar na Grécia, veio o Sr Mário Draghi vender-nos a boa nova com o truque de o BCE comprar mensalmente cerca de 60 mil milhões das dívidas soberanas de todos os paises comunitários. Afinal havia solução que foi sendo sempre ocultada aos cidadãos europeus a soldo de um renascido país dominante - Alemanha - a quem os (des)governantes Portugueses sempre apoiaram, trajando fatiota de "sem-abrigos", com uma mão atrás e outra à frente. Uma hipocrisia que não podemos tolerar nem perdoar. 

Os Gregos acabam de afrontar os "poderosos" desta Europa ficticia e artificialmente federalista, solidária, amiga, progressiva e não progressista. Uma vergonha o que fizeram a Povos que tiveram que ceder a sua Soberania, a sua história. Mas não conseguiram que cedessem a Honra e a Memória das suas raizes. Uma disputa de David contra os Golias que agora terão que arrepiar caminho. Há uma geração rasca de governantes, quais vendilhões de templos que tentou destruir os povos com uma política de austeridade muito similar a novas formas de escravatura moderna. 

O jovem Alexis Tsipras, com idade próxima da quarentena de anos, é dirigente desde os 33 - idade de Cristo. Lidera uma amálgama de partidos radicais, sobretudo de descontentes e de gente do contra, mas patriotas, que consegue chegar em 25 Janeiro de 2015 ao poder, na histórica Grécia. É certo que perspassa nos dirigentes europeus o medo e mesmo o terror sobre a onda que esta vitória pode representar na revolução do pensamento europeu. O que a extrema direita não conseguiu ainda em França, com a família Le Pen, foi conseguido agora na Grécia pelo pólo oposto e neste contexto que vivemos até há convergência de Martine Le Pen com o Syriza. 

Pessoalmente, prefiro que o grito de revolta e o primeiro passo sejam dados pela coligação da extrema esquerda grega que pelos ultra-radicais Lepenistas. Estes, para além da revolta contra o "status quo" arrastam ainda sinais de perigosa xenofobia. Mas também é certo que a vitória do Syriza pode não significar estabilidade. A mescla e amálgama de grupos tão diversos quanto antagonistas da ultra esquerda pode gerar conflito indutivo, porque chegados ao poder o problema é a aceitação do pacto na partilha do dito. É dificil conceber que haja interesses convergentes em toda a linha. Diz a história que o poder atrai, depois retrai e contrai. Vamos aguardar que Tsipras consiga continuar a ouvir a voz do povo, sobretudo dos mais carenciados e dos mais desprotegidos e que o grito de revolta chegue como mensagem da Boa Nova a toda a Europa. É positivo este despertar de consciências e que de uma vez por todas os governantes comecem a pensar pelas suas cabeças com base nas raizes, nas necessidades e nas vantagens do Povo a que pertencem. 

A CORAGEM DE AFRONTAR O PODER DA DITADURA DOS GRANDES GRUPOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS LEVANDO INCLUSIVAMENTE À NECESSIDADE DA RENEGOCIAÇÃO DAS PESADAS DÍVIDAS COM RESTITUIÇÃO DA SOBERANIA É O PRIMEIRO PASSO QUE FARÁ TREMER A EUROPA. O SR DRAGHI TENTOU UMA ANTECIPAÇÃO, MAS OS GREGOS NÃO FORAM EM CANTIGAS E QUEREM SER ELES OS PERCURSORES. E TÊM UMA MAIS QUE MILENAR HISTÓRIA. OS ACTUAIS LIDERES EUROPEUS E SEUS SUBSERVIENTES, TAIS COMO OS GOVERNANTES PORTUGUESES, VÃO VER-SE GREGOS NOS PRÓXIMOS TEMPOS! OXALÁ TSIPRAS CONSIGA LIDERAR COM PULSO A COLIGAÇÃO QUE COMANDA DESDE OS SEUS 33 ANOS. CRISTO TAMBÉM MORREU NA CRUZ MAS NUNCA DEIXOU DE LUTAR!