AO QUE A CRISE OBRIGA!

No regresso de Madrid - viagem atribulada e condicionada pela Cimeira da Nato - tive a oportunidade de dar uma vista de olhos a alguns jornais Portugueses. A palavra crise aparece infindavelmente. Algumas das consequências da crise: maior número de crimes, por stress nas famílias; assaltos à descarada e um sem número de novos anúncios a oferecerem produto a que chamam "prazer e convívio", com preços também em rebaixa.

Acresce ainda o crescente número de anúncios de empresas a comprar ouro novo e usado ( tipo ocasion, nos carros); casas de penhores - que eram poucas e agora nascem como cogumelos - e até guardam sigilo; aumenta também o número de videntes, curandeiros e homens de magia negra a prometerem o céu a quem não tem amor; mau olhado; falta de dinheiro; unir e afastar, entre outras especialidades. E crescem e dispersam consultórios por todo o País.

Apenas gostaria de fazer uma correcção ao Português que há nos anúncios do "ouro". Por favor, se querem vender a peso vendam "ao grama" e não "a grama". Grama, é unidade de peso, mas é masculino.De resto, este tipo de negócio de oportunismo só aparece em épocas de crise e há sempre uma meia dúzia que enriquece à conta do desespero de quem tem que se desfazer dos seus haveres de estimação, para poder matar a fome.

CADA UM FAZ A VIDA À SUA MANEIRA, MAS EM MINHA OPINIÃO, ESTE TIPO DE ANÚNCIOS - QUE POR EXEMPLO ENXAMEIAM TAMBÉM OS JORNAIS DESPORTIVOS - NÃO DEVERIAM SER PERMITIDOS COM ESTE TIPO E INTENSIDADE DE DIVULGAÇÃO. NO DESESPERO, AS VÍTIMAS SÃO ENGANADAS PARA BUSCAR ALGO QUE MATE A FOME DOS QUE TÊM EM CASA. EXCLUO, OS CASOS EM QUE O VÍCIO É SUPERIOR À DIGNIDADE HUMANA. E ERA DE SITUAÇÕES DESTAS QUE OS NOSSOS GOVERNANTES SE DEVERIAM PREOCUPAR MAIS!